Pão Australiano (por Fernando Santana)

     - Ei, Nonna, hoje estréia a primeira receita do nosso colunista convidado! O Fernando vai trazer umas receitas salgadas bem gostosas para nós.
     - Já estou esperando ele languidamente em meu bourdoir!
     - NONNA!!!

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     Ei, gente! Quem escreve esse post é o Fernando, de Minas Gerais. Eu, Pedro e a Nonna ensaiamos uma parceria onde eu contribuo de vez em quando com uns posts aqui, no Blog da Nonna. Apesar de ser doido por doces, vou dar pitacos relacionados a orgânicos, pães e comida boa/saudável. Sou um dos donos de uma startup – a Taioba & Co. – que ajuda pessoas a repensarem a forma como comem através do resgate da ideia de “comida local”: conhecer quem produz sua comida, pra nós, faz toda a diferença. Preparar o que você come, além de divertido/terapêutico, também pode ser um bom caminho pra ter uma vida mais saudável.

     Pra começar, vamos de pão. Como hoje é Páscoa, escolhemos (Não vou mentir, o Pedro me pressionou!) o australiano, que leva cacau e fica muito bom com um pouco de manteiga. Toda receita de pão é simples e pode ser feita em casa sem grandes dificuldades. A recompensa é enorme: um pão caseiro dá uma surra naquelas versões empacotadas e cheias de conservantes.

Pão Australiano

Ingredientes:
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo;
- 1 xícara (chá) de farinha de trigo integral;
- 1 xícara (chá) de farinha de centeio;
- 1 colher (sopa) de sal;
- 1 colher (sopa) de fermento biológico seco (ou um saquinho de 10g);
- 3 colheres (sopa) de açúcar mascavo;
- 1 colher (sopa) de cacau em pó ou 2 colheres (sopa) de chocolate em pó 50% cacau;
- ¼ de xícara (chá) de mel;
- 1 xícara (chá) de água morna;
- 50g de manteiga com sal (aproximadamente ¼ da barra que você compra no supermercado);

 - Para personalizar seu pão, você também pode usar pequenas quantidades de especiarias em pó (canela, cardamomo, noz moscada, cúrcuma, cravo-da-índia...); nesse caso, misture-as junto com as farinhas e não use quantidades superiores a uma colher de chá.

Modo de preparo:
     - Em uma tigela, misture bem todos os ingredientes secos. Deixe pra colocar o fermento depois que o sal estiver bem misturado com as farinhas, já que o contato direto entre os dois atrapalha o desempenho do primeiro. Por fim, adicione os ingredientes molhados (manteiga, mel e água) e misture bem, até que a massa esteja homogênea.

     - Transfira a mistura para uma superfície lisa e limpa – granito, vidro, madeira – para a sova; polvilhe com farinha para que não grude, mas use uma quantidade pequena: uma colher de chá deve ser suficiente. Esse é o momento de apertar, bater, esticar e espancar a massa. (Vale usar a sova pra externar sentimentos ruins, também. Seu chefe torrou sua paciência? Imagine que a bola de massa é a cara dele. Sempre funciona.) Dobrar a massa sobre ela mesma ajuda muito a ativar o glútem; é assim que teremos um pão fofinho e macio. Eu gosto de sovar meus pães por pelo menos 10 minutos. Tente chegar perto disso. (Juro que vale a pena.)

     - Com a pancadaria, você vai obter uma massa macia, uniforme e elástica. (E queimar calorias antes mesmos de enfiar a cara no pão.) Volte com a mesma para uma tigela, cubra (pano úmido, plástico filme ou uma tampa, mesmo), e deixe-a descansar até dobrar de tamanho. O tempo pode variar de uma hora e meia a três horas, dependendo da temperatura do ambiente. No verão do Rio, esse pão dobra de tamanho em 40 minutos!

     - Massa inflada? Tá na hora de modelar o seu pão. Eu uso aquela fôrma de bolo inglês, retangular, bem untada e enfarinhada. Não tem fôrma pra pão? Sem problemas, faça uma bola e, usando as duas mãos, alongue a massa e transforme-a em um filão. Polvilhe o seu pão com farinha de centeio ou fubá, coloque na assadeira e cubra-o com um pano úmido; deixe descansar por mais uma hora (ou até que ele dobre de tamanho mais uma vez).

     - Pronto! Asse seu pão por aproximadamente 35 minutos, em um forno preaquecido a 200 graus (temperatura média). Após assado (um pão “no ponto” produz um som oco quando batemos nele com uma colher), deixe esfriar em uma grade ou em um pano seco, de modo que o fundo do pão não fique úmido por causa do vapor.

Gostou? Comente! Fotografe sua receita e use a hashtag #nonnatorta no Instagram e no Twitter para sabermos como ficou seu pão australiano. Dúvidas? Comentem ou marquem @nonnatorta/@fcanazart!  Boa Páscoa procês!